Sexta Abril 19 , 2024
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Livro do MEC: Escandalizado com o escândalo

Do Blog do Afonso Romano de Santa'anna

Estou escandalizado é com o escândalo que armaram em torno do livro 'POR UMA VIDA MELHOR" de Heloisa Ramos da coleção "Viver, aprender".

Finalmente tive acesso ao livro, que me foi dado por Cláudio Mendonça- Presidente da Fundação de Educação de Niterói. Antes havia lido entrevistas em que a autora tentava explicar seu livro, aos que não a queriam entender. Li também uma série de impropérios injustos e gracinhas fáceis em torno da obra.Vi gente alarmada dizendo que o mundo tinha acabado por causa dessa obra maligna. Enfim, apocalipse now.

Fico me indagando de onde é que saiu essa onda de interpretações equivocadas sobre o livro.Fico pensando nessa expressão esquisita que a imprensa tanto usa "repercutir a notícia". Parece até que a imprensa é "oral" e não "escrita".Fica repercutindo boatos, o "ouvir dizer". Isto bate num problema crônico agravado pela modernidade: a cultura auricular ( o ouvir dizer).E dá-lhe boato, que vira calúnia. Vocês se lembram daquela ária -"La Calunia"- da ópera "Barbeiro de Sevilha" de Rossini? A calúnia começa como uma brisa e acaba virando tempestade.

Nesse caso, "tempestade em copo d'água".

Em síntese: a autora não está fazendo nenhuma apologia do erro, está mostrando o que qualquer linguista sabe: a diferença entre a linguagem escrita e a falada. E fez ( com uma equipe) um livro muito interessante para os alunos do EJA ( Educação de Jovens e Adultos). É' bom que as pessoas se informem também sobre o que é o EJA: cursos para o pessoal que entra tardia (e constrangidamente) em contato com a cultura formal.

No livro tem textos de Italo Calvino e Juó Bananére, Rubem Braga e Melville, Daniel Defoe e Adoniran Barbosa. E abrindo o leque, refere-se tanto a Goya quanto a artistas contemporâneos. Enfim, um painel da cultura, uma aula de semiologia. Ali, por exemplo, o inglês é ensinado a partir do que está escrito nas camisetas e na publicidade. E ensina a esses 40 milhões que saíram da faixa da pobreza a utilizarem o computador.

Mas disto ninguém falou...

Fico pensando em algo que digo num dos textos de LER O MUNDO ( que chega às livrarias essa semana). As pessoas das comunidades carentes, às vezes, usam camisetas e nem sabem o que está escrito nelas. Pois bem, muita gente sofisticada se debruça sobre as letras dos jornais e não consegue desentranhar o significado dos fatos.

O assunto é mais amplo. Há que analisar a esquizofrenia da cultura contemporânea. Digo algo sobre isto no OBSERVATORIO DA IMPRENSA ( do combativo Alberto Dines) que irá ao ar na 3a.feira na TV Brasil( antiga TVE).

Fonte: Outro Lado da Notícia



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