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A geração tablet

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Crianças que sequer chegaram à pré-escola já manuseiam com desenvoltura impressionante nos equipamentos portáteis transformados em febre do momento.

Carolina Vicentin Tablets chegaram ao mercado revestidos com o véu da desconfiança. Afinal, quem iria querer um aparelho maior que um celular, menor que um notebook e sem teclado? Pois logo eles viraram “brinquedo” de adulto e objeto de desejo das crianças. São elas, inclusive, as responsáveis pelas maiores façanhas nos equipamentos.

Com uma habilidade incrível para trabalhar em telas touchscreen, os pequenos de hoje estão crescendo lado a lado com a tecnologia desses portáteis. A ciência corre para entender os efeitos dessa interação, mas uma coisa é certa: meninos e meninas d farão parte de uma revolução.“Nós ainda sabemos muito pouco”, diz a professora Nize Maria Pellanda, da Universidade de Santa Cruz do Sul (RS).

Avó de um menino de 2 anos e 6 meses, a especialista acompanha as peripécias do neto em frente a um iPad desde o primeiro ano de vida.

“Eu e meu marido analisamos o comportamento dele: as coisas que ele faz são impressionantes”, conta. Por enquanto, é claro, as observações de Nize ficam no “achismo”, mas a tendência é que pesquisadores das áreas de Educação, neurologia e pediatria, entre outras, se debrucem sobre o assunto.

Uma aluna de mestrado de Nize está formatando um projeto de pesquisa na área. A ideia é mostrar os benefícios que os tablets trazem ao desempenho de crianças autistas.

Enquanto isso, muitos pais repetem a experiência de Nize. O administrador de empresas Yuri Alexander Mendes, 28 anos, observa há seis meses a diversão da filha Alice, de 2 anos e 6 meses, com um iPad.

“Eu comprei o aparelho para a minha esposa (a assessora Fernanda Adjuto), mas, quando chegamos em casa, minha filha começou a mexer com muita destreza”, lembra Yuri. Alice, que já sabia operar um iPhone, brinca sozinha no tablet. A menina usa programas que ensinam inglês e espanhol, quebra-cabeças e jogo da memória.

“Nós ficamos muito surpresos. Nunca imaginei que ela teria essa capacidade. Nós fazemos algo no tablet, ela aprende e repete sem erros.” Agora, o desafio dos pais é limitar o uso do iPad. “Se deixar, a Alice leva até para o parquinho”, brinca Mendes.

A paixão pelo equipamento da Apple também existe na família Gurgel. Depois de meses de insistência, os irmãos Felipe e Thiago, de 11 e 15 anos, respectivamente, ganharam de Natal o primeiro modelo do iPad. O mais velho conta que a vontade de ter o tablet sempre existiu.

“Desde que eu fiquei sabendo do lançamento, quis ter um. Ele fácil de mexer e de carregar, muito mais do que um computador”, opina. O pai dos meninos, o analista de sistemas Luiz Gurgel, 50 anos, rechaçou o pedido dos filhos. “Relutei um bocado para comprar, porque sabia que eu também ficaria interessado no aparelho”, lembra.

Não teve jeito. Pai e filhos se encantaram pelo tablet e fizeram um acordo de cavalheiros para atender a todos os interesses. “Meu pai usa de segunda a sexta-feira para trabalhar, eu e meu irmão nos dividimos aos fins de semana”, explica Felipe. No começo, a posse do iPad gerou algumas discussões.

“A gente sempre brigou muito, mas percebemos que, se não houvesse acordo, nenhum dos dois aproveitaria o equipamento”, afirma Thiago. Hoje, os meninos são compreensivos em relação ao tempo de uso do tablet. Quando um não está com o aparelho, vai para o computador. “Mas o iPad é muito mais legal que o notebook. Ele é touch”, resume Felipe.

Outra família que se derrete por tablets é a da estudante Victória Lambert, 13 anos. Depois de testar a primeira versão do iPad, o pai da menina comprou o novo modelo, que ganhou o sobrenome da família na parte de trás. “É o xodó da casa. Meu pai usa quando viaja a trabalho e eu, para entrar no Twitter”, conta a garota.

Mesmo usando o tablet primordialmente para diversão, Victória acredita que o equipamento deve ser adotado pelaEscola. “Ele é muito mais prático que um notebook. Sem falar que evitaria aquela montanha de livros que carregamos todos os dias”, aponta a menina.

Fonte: www.todospelaeducacao.org.br





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