Normalmente, muitos adolescentes reprovados na escola saíam e não voltavam mais. A informação de que a taxa de distorção idade-série aumentou significa, provavelmente, que muitos desses estudantes agora estão continuando na escola.
As últimas Pnads (Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios) mostram que, após um período de estabilidade na proporção de jovens na escola, essas taxas começaram a crescer de novo em 2008, sugerindo uma diminuição da evasão.
As pesquisas também mostram que o número de alunos que entram com atraso no 1º ano do ensino fundamental vem caindo. Por isso, é provavelmente devido ao aumento das matrículas de jovens de 13 e 17 anos e que já estão defasados que a taxa de distorção idade-série subiu. Essa distorção é maior na 5ª série/6º ano por causa da alta repetência nessa etapa de transição. O índice cai nas séries seguintes devido à evasão e à menor repetência.
Quanto mais o aluno repete ou sente que não está aprendendo, mais desestimulado fica e, portanto, maiores são as chances de se evadir. As matrículas caem do 6º ao 9º ano. As taxas de distorção também são menores onde a repetência é mais baixa. O Estado com menor taxa de repetência no ensino fundamental é São Paulo, que consequentemente tem as menores taxas de distorção.
Para haver decréscimo das taxas de distorção idade-série concomitante com a queda da evasão, é necessário aumentar a aprovação com aprendizado de qualidade.
Ruben Klein é consultor da Fundação Cesgranrio e membro da comissão técnica do Todos Pela Educação.
Fonte: Jorge Werthein