Sexta Abril 19 , 2024
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Ex-secretário de educação defende reforma e aponta problemas

Durante cerca de dois anos, o advogado Claudio Mendonça assumiu a administração estadual da Educação no Rio de Janeiro. Três anos depois, ele lança o livro "Você pode fazer a reforma educacional", no qual apresenta modelos bem sucedidos mundo afora. Em entrevista ao SRZD, ele avaliou as secretarias municipal e estadual e criticou a maneira como os professores desenvolvem as aulas.

Mendonça acredita que as aulas como palestra, com pouca participação dos alunos e quase nenhuma atividade prática, é uma das principais causas para a educação deficiente no país, tanto na rede particular quanto pública. Neste último caso, segundo ele, o vocabulário diferente usado pelos alunos fora da sala de aula também prejudica a compreensão do conteúdo.

"No Brasil, não há universidades para formar professores. Eles precisam aprender a ensinar e dizer para o aluno porque está aprendendo aquilo", disse ele. "E no caso das camadas mais populares, o problema é que o idioma usado por eles é bem diferente do que o professor fala na sala de aula".

Ele comentou o exemplo da Irlanda, citado em seu livro, onde os pais de alunos imigrantes também recebem aulas do idioma local para que consigam a inserção na sociedade.

Porém, segundo Claudio Mendonça, um dos melhores exemplos para o Brasil é a reforma educacional realizada no Chile, onde os alunos enfrentam também problemas como a pobreza, convivência com casos de homicídio e professores com baixos salários.

Mendonça explicou que o governo chileno, sob críticas da sociedade, aumentou o montante do PIB (Produto Interno Bruto) da educação para 7% e realizou melhorias na infra-estrutura das escolas e investimentos no professor.

Segundo estudo do Ministério da Educação divulgado em outubro de 2008, o Brasil investe 4,4% do PIB no setor.

O ex-secretário posicionou-se contra a aprovação automática, mas afirmou que não basta o seu cancelamento. "A simples retirada não vai trazer nenhum resultado. A criança e o jovem tem direito à superação das suas dificuldades, muitos tem problemas em casa e dificuldades sócio-econômicas", explicou Mendonça.

Ele defendeu que os alunos devem receber reforço escolar nas disciplinas em que tem dificuldades e precisam ser instruídos para criar uma rotina de estudo. O ex-secretário falou ainda sobre a falta de expectativa de mobilidade social pela educação. Segundo Mendonça, as crianças das camadas mais populares só acreditam na ascensão através da arte ou do esporte.

Claudio Mendonça afirmou que é cedo para uma análise do trabalho realizado pela secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, mas elogiou o início de sua gestão. "Ela acerta quando busca avaliar os alunos para fazer com que as políticas públicas sejam baseadas em dados, não em suposições", declarou ele.

No último mês de março, a Secretaria Municipal de Educação aplicou uma prova para avaliar os alunos da capital fluminense. Foi constatado o desempenho inferior nas 150 escolas localizadas em regiões de risco da cidade. O ex-secretário explicou que isso acontece porque os professores com melhor resultado nos concursos escolhem onde querem atuar. Segundo ele, dessa forma as escolas mantém as diferenças sociais.

Para Mendonça, ainda falta à secretária estadual de Educação, Tereza Porto, desenvolver uma política educacional com foco na aprendizagem. "Ela focou na gestão e tecnologia, que são relevantes e vários avanços aconteceram, mas não é o suficiente", finalizou ele.

Fonte: Sidney Rezende (Site: SRZD)



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