A Poesia Muito experimentou o Homem. Muitos celestes nomeou, Desde que somos um diálogo E podemos ouvir uns aos outros. Hölderling
Benedito Nunes em Passagem para o Poético, percorre, com incomparável estrutura e aprofundamento, caminho semelhante ao que desenvolvemos até aqui. De fato, seu livro e o de Marco Aurélio Werle ajudaram a roteirizar essas ideias. Poesia é para Heidegger Ditchtung, que em seu significado vai muito além da Poësie ainda que esta faça parte
daquela. A primeira expressão foi abrigada pelo latim Dictare – ditar no sentido de assentar uma informação - mas no idioma do filósofo há, como nos ensina Werle o sentido de aproximar, juntar e fabular. Assim sendo a poesia se coloca em posição de evidência que ultrapassa o próprio sentido da arte dada pela tradição e radicalmente se alicerça em seu patamar de fundamento da historicização, o que estabelece grau de parentesco ou faz germinar a noção do próprio filósofo de Das Erignis. Em A Caminho da Linguagem temos literalmente como a sua essência (Wessen): Fazer uma colocação sobre a linguagem não significa tanto conduzir a linguagem mas conduzir a nos mesmos para o lugar de seu modo de ser, de sua essência: recolhere-se no acontecimento apropriador. (grifo nosso. 2003:8)
Ou em Benedito Nunes: É no diálogo que a dimensão do simples se aproxima, e que a poesia, como linguagem, acontece historialmente. Mas não é a linguagem, como acontece que se produz originalmente, a essencialização do ser – a poiesis na história – para a expressão da aqual usa Heidegger, a palavra Erignis, querendo indicar a juntura do ser e do tempo. (1992:272).
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